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Comunicação Social (V) ou (F)

por Antonovsky, em 20.08.08

Há umas semanas atrás Portugal ficou suspenso aguardando o desfecho de um assalto mal sucedido numa agência bancária. Este assalto envolveu uma situação de reféns digna de um filme policial americano, cujo final também se assemelhou com estas películas onde os polícias são eficazes, os ladrões dominados e os reféns libertados incólumes.

No entanto, passado este tempo, vem a parte que os filmes não mostram. A burocracia, a papelada, o julgamento, as várias versões de uma só história e acima de tudo o jornalismo sensacionalista/oportunista que tenta explorar à exaustão estes assuntos sem olhar à sensibilidade das pessoas envolvidas, famílias e tudo o resto. 

Este tipo de jornalismo tem o objectivo de "vender" uma história que se arraste por vários capítulos e com o maior número de personagens possível (quanto mais, melhor) e com muita polémica à mistura. Se não a houver, inventa-se, levantam-se "lebres" e esperam-se reacções, para poder escrever mais e explorar o filão à custa das desgraças alheias.

Parece haver aqui algum aspecto mórbido que não sei explicar.  Penso que se trata de "apalpar" o pulso á opinião pública. Os factos são descritos e empolados para um lado ou para o outro, conforme as marés e o feed-back recolhido. Por vezes os "maus" são os polícias, outras os bandidos, por vezes as vitimas são os agredidos, outras os "desgraçados" dos infractores que não tinham outra alternativa de vida...

Não falo do caso do assalto ao BES em concreto, aqui o tema do post é mesmo  jornalismo sensacionalista que assistimos em casos como o escândalo da Casa Pia, o caso da Moderna, as fraudes de Vale e Azevedo, o desaparecimento de Maddie, o poder parternal de Esmeralda,  etc, etc, irrita-me a maneira como os casos são explorados com o objectivo de melhorar as audiências sem ter em conta os "danos colaterais" para todos os envolvidos, e não apenas de informar os factos conhecidos, verídicos e confirmados.

Por tudo isto, peço isenção e honestidade. Não queria chegar ao extremo de assistir às notícias na TV ou ler um jornal com uma folha à frente onde vou assinalando com uma cruz em cada tópico, (V) Verdadeiro ou (F) Falso.

 

Talvez tenha exagerado, mas detesto aquelas perguntas que fazem ás pessoas que acabam de ter uma desgraça na sua vida, do género: - Como se sente? Para captar a emoção, o choro, a raiva, enfim tudo o que mexe com os sentimentos, não para informar, mas para valorizar a peça jornalística.

 

Fiquem bem, Um Abraço

 

 

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publicado às 13:54


2 comentários

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De someone a 21.08.2008 às 13:55

Concordo. Não exagerou nada. A vida dos outros, o sofrimento, o uso/abuso da sensibilidade das pessoas está na ordem do dia do jornalismo.
Mas Português gosta disto, não é verdade.
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De Antonovsky a 22.08.2008 às 09:22

De facto parece que os portugueses devem gostar. Deve ser por estarmos habituados ás novelas que têm vários capítulos e que se vão arrastando ao longo do tempo, assim é o jornalismo hoje em dia.
Obrigado pelo comentário.

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