Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Hoje em dia o que me faz ver um pouco de TV, são algumas séries, filmes, notícias e desporto. Actualmente tenho seguido a série Heroes, mas também gostei de ver Lost, 24 horas, Prison Break, Bones, etc... O problema por vezes é que quando acaba uma época e a série tem muita audiência os produtores tentam rentabilizar o máximo aquele modelo e acabam por ir arrastando o programa por vários anos e, obviamente, perdendo a qualidade.
Uma das séries mais famosas ultimamente é o CSI. Este programa de Televisão despertou a curiosidade do público para a polícia cientifíca. Por isso, lembrei-me de fazer um pouco de pesquisa e saber como começou a ciência a ajudar na investigação criminal.
Nascido em Paris em 23 de Abril de 1853, ficou conhecido por criar métodos, processos e noções utilizados para facilitar a investigação judiciária. Essas descobertas constituem a primeira etapa no caminho do progresso da moderna Polícia Técnica. Entrou para a Polícia de Paris (1880), passou a trabalhar como assistente do laboratório fotográfico, onde percebeu a dificuldade da Polícia em identificar e reconhecer criminosos. Inventou o registo antropométrico e a fotografia judiciária, adoptados pela administração policial com grande sucesso, iniciando sua celebridade internacional como perito do mundo policial.
Lançou um sistema de identificação humana que consistia na medição das diferentes partes do corpo. O sistema era uma ampliação de diversos princípios de antropologia aplicados aos criminosos e posteriormente passou a ser chamado de Bertillonage (1882) em homenagem ao seu criador. Este sistema foi definitivamente consagrado com todas suas razões científicas, no primeiro Congresso Internacional de Antropologia Criminal realizado em Roma (1885).
A Antropometria tem como base três princípios:
1) a fixidez absoluta do esqueleto humano a partir de 20 anos de idade;
2) o corpo humano apresenta medidas exactas variando de indivíduo para indivíduo;
3) facilidade de precisão relativas com certas dimensões do esqueleto que podem ser medidas.
O Bertillonage seria superado pelo sistema dactiloscópico (impressões digitais), criado (1892) e demonstrado cientificamente (1904) pelo croata-argentino Juan Vucetich.
Depois foram evoluindo as tecnologias e as adaptadas ciências como a Física, Quimica, Balística, Biologia, Toxicologia, etc.. para o meio forense de modo a esclarecer as dúvidas e reforçar provas em tribunal. Dizem que não há crimes perfeitos, não sei, mas que cada vez é mais dificil de os autores escaparem, concordo.
Para encerrar esta história que já vai longa, vou terminar aqui com a IV parte dos posts sobre Aeronaves FAP /Base de Beja.
Como disse atrás, os Alemães saíram desta Unidade e deixaram para trás a sua frota de Alpha-jets , as suas instalações na Unidade e os prédios do "Bairro Alemão".
Como as aeronaves dos alemães eram muito mais que os T-38 , foi necessário "importar" mais mecânicos, electricistas /electrónicos de aeronaves, pessoal de armamento e equipamento e Pilotos. Em 1993 a Base de Beja sofreu um "boom" com o "fluxo migratório" de militares.
Muitos vieram da Base Aérea nº 6 no Montijo, para trabalhar no Alpha-jet, provenientes da Frota Fiat- G91, que agora vemos em alguns parques infantis . Foi uma frota mítica na FAP e que deixou a sua marca.
Juntaram-se a estes, o pessoal das Esquadras de Manutenção e de Voo das Aeronaves Epsilon, que se encontravam em Sintra (Base Aérea n.º 1) e que foram "colocadas" em Beja. E também todo o pessoal de Tancos (Base Aérea N.º 3) que encerrou as suas portas à FAP e foi transformada numa Unidade para as tropas Aerotransportadas. Com estes últimos vieram os famosos helicópteros Allouete III, outra aeronave com grande historial.
Resumindo, a Unidade de Beja tornou-se numa das mais importantes e mais movimentadas. Aeronaves, equipamentos, mobiliário, militares e
mais tarde, as suas familias, foram "deslocados" para a capital do Baixo Alentejo. Houve alguma agitação e contrariedade ao nível pessoal e profissional, pois implicava uma logística de grande envergadura a instalação das frotas até a sua operacionalidade fosse normalizada. Mas o esforço e dedicação empreendido fez com que os problemas fossem ultrapassados e que a pouco e pouco as coisas funcionassem como antes, apenas com a diferença de ser noutro local.
Por outro lado, a adaptação das pessoas levou um pouco mais tempo, principalmente aqueles que tinham família e filhos em idade escolar. Confesso que me passou um pouco ao lado, pois era solteiro e não tinha a noção dos problemas que uma mudança deste tipo traria a este nível. Agora sei que deve ter sido bastante dificil até organizarem a vida novamente. Muitos militares ficaram no "Bairro Alemão" outros na esperança de uma possível transferência ficaram algum tempo como solteiros geográficos, como nós na nossa gíria dizíamos na brincadeira, pois só iam a casa aos fins-de-semana.
Pessoalmente tive a sorte de estar colocado entre Dezembro de 1991 e Dezembro de 1995, nesta magnífica Unidade e, como tal, estive presente nestas mudanças. Depois fui colocado no Estado-Maior da Força Aérea, que parece mais uma empresa onde as pessoas andam "fardadas" e que, não tirando mérito ao trabalho que lá se faz, não tem a mística de uma Unidade operacional. Saí em 1999 da FAP. Valeu a pena.
PS- Quando os alemães souberam das aeronaves que iam operar em Beja serem tão diferentes: Epsilon » Hélice, Alpha-jet » Jacto, Alouette » Helicoptero, preveram/disseram (ao pessoal da torre) que cerca 6 meses teriamos um acidente grave. Já lá vão 15, 16 anos, não dei por nada. :-)
Será apenas pela tradição de festejar o Ano Novo, que as pessoas aguardam ansiosamente pelas doze badaladas do dia 31 de Dezembro para o dia 1 de Janeiro?
Abre-se o champanhe ou espumante, as pessoas ficam alegres, felizes, festejam, cantam, dançam, bebem (atenção à condução), fumam (atenção à ASAE). Comem doze passas mesmo sem gostar, sobem para cima de cadeiras, mesas ou ao pé coxinho (assentes no pé direito), deitam fora coisas velhas, estreiam quaisquer peças de vestuário ou acessórios para começar o ano com um hino ao consumismo, há foguetes, fogo de artifício, tiros para o ar (muito pouco aconselhável). Enfim, tudo tem uma tradição/superstição.
Eu também alinho nestas coisas (não em todas), mas espero pela meia-noite, abro uma garrafa, brindo ao novo ano com a família ou amigos, fico feliz, etc...
A Ressaca
Esta ressaca a que me refiro não é (apenas) a provocada pela bebida em excesso. Essa surge apenas no dia 1 de Janeiro quando acordamos fora de horas e depois passa. A ressaca que eu me refiro, nota-se mais a partir do dia 2 do ano novo e arrasta-se muito tempo. É aquela que sentimos quando caímos na real (como dizem os nossos irmãos brazucas) começamos a trabalhar, começamos a consumir e verificamos tudo mais caro, como por exemplo: o passe, combustível, electricidade, portagens, mas também coisas mais supérfluas como o Pão, o Leite e outros géneros alimentícios. A inflação esperada serve apenas para regular os aumentos nas remunerações, mas a inflação real trata de absorver esses aumentos e tirar mais alguma coisa.
Por isso, a pergunta mantêm-se: Será apenas pela tradição que festejamos a chegada do Ano Novo? É que ultimamente não traz muito boas notícias, para além de que estamos TODOS a ficar mais velhos.
Para meditar...quem quiser ;)