Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Para terminar a muito resumida exposição sobre a Guerra Civil Espanhola, publico aqui a segunda parte do post dedicado a este assunto.
Apoios Internacionais
Como o golpe não teve o sucesso esperado, o conflito tornou-se numa longa guerra civil, numa antevisão da II Guerra Mundial, servindo de ensaio às potências que posteriormente nela estiveram envolvidas.
O Movimento Nacional de Franco recebeu ajuda militar directa da Alemanha (Legião Condor), e da Itália, (Corpo de Tropas Voluntárias, aviões e equipamento). Portugal forneceu logística e financiamento às tropas rebeldes e “enviou” tropas voluntárias (a Legião Viriato) apesar de não responsabilizar-se por elas.
A Frente Popular recebeu ajuda internacional, proveniente da URSS (assistentes militares e material bélico) e das Brigadas Internacionais (cerca de 38 mil homens) compostas de militantes de frentes socialistas e comunistas de todo o mundo (53 nacionalidades) e de numerosas pessoas que a título individual entravam na Espanha para lutar pela defesa da República, incluindo vários intelectuais europeus e americanos participaram neste conflito.
A França e a Inglaterra optaram pela Não-Intervenção, impondo um embargo geral à exportação de armas à Espanha.
Papel de Portugal
Até à Guerra Civil espanhola as acções do Estado Novo em matéria de Política externa não foram muito relevantes. A prioridade do regime residia nos problemas internos da nação procurando a estabilidade e sua consolidação. Porém, com um conflito de carácter ideológico tão vincado junto às fronteiras, o Governo vê-se obrigado a tomar uma atitude considerada defensiva, centrada em três aspectos:
O Governo tinha de saber agir, o apoio, dentro das suas possibilidades, de Portugal aos rebeldes anti-republicanos do General Franco, vem não só na sequência de ideologias próximas lutando contra inimigos comuns (anarquistas, comunistas e democratas), mas também na busca de um aliado para o futuro conflito mundial, controlando ao mesmo tempo os ânimos das facções anexionistas mais radicais da falange.
Balanço da Guerra:
» O número de baixas oscila entre 330 a 405 mil mortos (apenas 1/3 no campo de batalha).
» Cerca de 6800 religiosos católicos mortos (12 bispos). Foram destruídas cerca de 20.000 igrejas, com perdas culturais incalculáveis.
» Meio milhão de prédios foi destruído.
» Metade do gado espanhol perdeu-se e muitos terrenos de cultivo foram incendiados.
» O rendimento percapita caiu cerca de 30% e fez com que a Espanha se afundasse numa estagnação económica que se prolongou por quase trinta anos.
Conclusão
Apenas uma curiosidade, para quem não saiba, quem liderava o Movimento Nacional, era o General Sanjurjo que se encontrava exilado em Portugal há uns anos e conspirava contra o governo espanhol, no entanto, no início do golpe, ao deslocar-se para Espanha sofre um acidente de aviação e morre. Dizem que foi devido excesso de bagagem, mesmo com os avisos do piloto, o General insistiu em levar todos os seus haveres e o pequeno avião não estava preparado para tal. Como consequência, Franco assume a liderança e torna-se Chefe de Estado de Espanha por muitos e longos anos.
Conforme tinha prometido, vou publicar periodicamente alguns excertos dos trabalhos que realizei para o curso que estou a frequentar. Um deles foi sobre a Guerra Civil Espanhola.
Foi sempre um assunto que achei interessante e do qual tinha pouca informação, apesar de muito ser ter escrito e documentado sobre ele. Porém, como se sabe, foi uma especie de ensaio para o outro acontecimentos que surgiu pouco depois do seu final em 1939, a II Guerra Mundial, e que teve um maior impacto em todos os aspectos, ficando a Guerra Espanhola mais camuflada e em segundo plano.
Eu não vou descrever aqui todos os acontecimentos marcantes desta Guerra que durou cerca de 3 anos (Julho 1936 - Abril 1939), mas vou tentar dar uma ideia das consequências, do papel de Portugal e mais um ou outro dado interessante (penso eu).
Naquele período de tempo, quando as paixões ideológicas superavam todas as outras tornando-as numa questão de vida ou de morte, ninguém ficou indiferente quando eclodiu a Guerra Civil Espanhola. Todo a ira sentida, todo o rancor alimentado durante anos, podia ser expurgado naquele país da península ibérica.
Os pretextos para a violência foram-se juntando, os acontecimentos sucediam-se propiciando um clima de tensão, desconfiança e divisão da sociedade em extremos completamente opostos. O que era um assunto político interno de um país, extrapolou fronteiras e dele fizeram ensaio as potências protagonistas do conflito que se seguiria.
Antecedentes
A vizinha Espanha teve um século XIX de grande instabilidade, iniciado com as Invasões francesas, levando posteriormente a lutas entre absolutistas e liberais, mais tarde monarquicos e republicanos, e mesmo entre monárquicos. Teve mesmo a República implantada que durou cerca de um ano 1873/1874.
A culminar todo este período conturbado perdeu as suas colónias para o EUA, nomeadamente Cuba, Filipinas e Porto Rico, durante a Guerra Hispano-Americana, ainda antes do final do século, em 1898.
Com a I Guerra Mundial o desenvolvimento industrial em Espanha foi muito elevado, pois dinamizou toda a produção para fornecer os dois lados beligerantes. Porém, as condições de trabalho não evoluiram, e as classes operárias eram exploradas e no caso do sector agrário havia grandes latifundiários que também não davam grandes condições aos agricultores.
Tudo isto se passava com a concordância, ou pelo menos a inoperância das Elites governantes e da Igreja.
Começou a haver movimentos sindicalistas e repressão violenta de parte a parte com assassinatos de dirigentes destas organizações de trabalhadores, assim como de industriais e empresários.
Prevendo uma Guerra Civil, o Rei Abdicou e surgiu a 2ª República Espanhola com cariz de Esquerda e que estabeleceu medidas que retiravam muito poder à Igreja. Para uns tratava-se de uma perseguição, para outros estas medidas ainda eram escassas.
Após mais uns episódios, chegou-se à Eleições de Fevereiro de 1936.
Vários partidos políticos / Duas facções ideológicas
Simplificando as coisas, para as forças de Esquerda era preciso travar o avanço do fascismo que já havia conquistado Itália (1922), a Alemanha (1933) e a Áustria (1934). Segundo as decisões da Internacional Comunista, de 1935, elas deveriam aproximar-se dos partidos democráticos e formarem uma Frente Popular para enfrentar as vitórias nazi-fascistas. Desta forma Socialistas, Comunistas (estalinistas e trotskistas) Anarquistas e Democratas liberais deveriam unir-se numa Frente Popular para ascender ao poder por meio de eleições e inverter a tendência mundial.
A Esquerda espanhola estava dividida em diversos partidos e organizações:
PSOE (Partido Socialista Obreiro Espanhol) Socialistas
PCE (Partido Comunista Espanhol) Comunistas
POUM (Partido Obreiro da Unificação Marxista) Comunistas-trotskistas
UGT (União Geral do Trabalho) Sindical Socialista
CNT (Confederação Nacional do Trabalho) Sindical Anarquista
FAI (Federação Anarquista Ibérica) Anarco-Sindicalista
Aliaram-se com os Republicanos (Acção Republicana e Esquerda Republicana) e mais alguns partidos autonomistas (nacionalistas da Galiza, do País Basco e da Catalunha). Esta coligação, venceu as eleições de Fevereiro de 1936.
A Direita por sua vez estava agrupada na CEDA (Confederação das Direitas Autónomas):
Partido Agrário
Monarquistas e Tradicionalistas
Falange espanhola (Fascistas)
Para os nacionalistas, compostos por monárquicos, falangistas e militares de extrema direita, etc., tratava-se de uma cruzada para livrar o país da influência comunista e restabelecer os valores da Espanha tradicional, unida, autoritária e católica. Não aceita a derrota nas eleições e cria o Movimento Nacional para derrubar o Governo.
É um episódio triste da humanidade, mas que deve ser lembrado para que não se volte a repetir. (Continua)
Acho que todas as pessoas se lembram de terem tido algum tipo, das chamadas, doenças infantis. Sarampo, varicela (vulgo - bexigas), papeira (caxumba, no Brasil), rubeola, e outras do género.
A maior parte delas tinha-se uma vez e ficava-se vacinado para o resto da vida. Por vezes, manifestavam-se de uma forma mais agressiva e as crianças ficavam de cama (de resguardo) durante uns dias, outras vezes quase nem se davam por elas.
Eu, por exemplo, tive de cama com uma grande "dose" de papeira, por outro lado, a minha irmã sofreu mais com o sarampo. Mas não havia muito a fazer, apenas tomar a medicação apropriada e esperar ficar bom.
Graças à evolução da medicina e ao plano de vacinação, muitas destas doenças surgem cada vez menos. Porém, actualmente - não fiz nenhum estudo, mas pelo que sei e vejo -estão mais na moda as viroses e as alergias, que são também muito chatas e que preocupam os pais, com a agravante de não se manifestarem apenas uma única vez, como as nossas velhas conhecidas já mencionadas.
Mas há uma doença que atravessa gerações e que já deve ter atingido uma grande parte da população, pelo menos uma vez na vida e geralmente em idade escolar.É uma doença que pode surgir em várias idades e é altamente transmissível. Não é nada mais, nada menos que a "Pediculose" no couro cabeludo, também conhecida por "caspa andante", vulgo - Piolhos. De vez em quando, há notícias de surtos nas escolas (sítio preferencial destes parasitas que andam com os pés na cabeça) e que se propagam rapidamente de criança para criança que, por sua vez, as levam para casa.
Outra coisa interessante nesta doença, é que as pessoas têm vergonha de assumirem que têm ou já tiveram. É sempre embaraçoso lidar com a situação, como se fosse um assunto tabu, que se comenta com um misto riso envergonhado com as pessoas de confiança.
Meus amigos, está provado que não tem nada a ver com a higiene (últimas teorias dizem que os piolhitos até gostam dos cabelos limpos) e todos nós estamos sujeitos por mero descuido ou ignorância.
Eu confesso que infelizmente também apanhei essa doença em idade escolar, uma ou duas vezes. Por acaso, na minha altura já havia o famoso Shampo Quitoso, mas antigamente era com pó DDT, não havia piolho que resistisse, por pouco mais, o paciente também poderia ficar afectado. Acho que hoje ainda há melhores métodos e mais eficazes, para além dos exterminador implacável Quitoso.
O que é um facto é que há gerações que é combatido sem tréguas e ele (piolho) vai sempre surgindo. Tem sido um adversário à altura do ser humano, temos de lhe dar esse mérito LOL.
Fiquem bem.