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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Se há coisas das quais eu não tenho dúvida, é de que amo o meu país. Fiz o meu Juramento Bandeira com 19 anos de idade, mas se pudesse fazê-lo com 13 ou 14, penso que já nessa altura o faria do mesmo modo consciente. Não é um nacionalismo doente, cego e desvairado, mas um sentimento forte para com a nação onde calhei nascer. Sou apaixonado pela nossa história rica em dramas, em golpes palacianos, de teatro shakesperiano, de batalhas impossíveis, de vitórias e derrotas, de coragem e aventura, espalhada pelos quatro cantos do mundo.
Um livro que se vai escrevendo dia a dia, página a página de um povo que sempre teve dificuldades, mesmo nas épocas mais abastadas com territórios por todo o mundo, faltava-nos mão de obra, população para preencher e explorar tanta terra portuguesa e assegurar as nossas possessões com "meia dúzia" de soldados armados de coragem, em capitanias junto quase sempre, de populações hostis.
Com a evolução dos tempos era natural que voltassemos a ficar cingidos ao nosso rectangulo (e às ilhas Açores e Madeira) e foi pena a descolonização ter sido penosa, quando poderia ter sido feita diplomaticamente com beneficios para todos os povos. Mas o que aconteceu, aconteceu, tudo faz parte do "livro", as coisas boas e as coisas más, o positivo e o negativo e conseguirmos chegar ao fim de mais de 860 anos de existência como nação, com as fronteiras definidas praticamente como estavam desde Afonso III com a conquista dos "Algarves", é obra (exceptuando o caso de Olivença, talvez :P).
Resistimos como nação independente na Peninsula enquanto outros reinos se fundiam, resistimos a três invasões Napoleónicas e a duas Guerras Mundiais e cá estamos, no nosso canto acolhedor, num território que não é assim tão vasto, mas com paisagens tão distintas de Norte a Sul, com tradições culturais centenárias perdidas por aldeias e vilas que com as suas gentes envelhecidas teimam, felizmente, em manter, temos uma Zona Económica Exclusiva (marítima) vastíssima.
Somos assim. Obstinados, teimosos, corajosos, apaixonados, emotivos, impulsivos, festivaleiros, bons-garfos, bem-humorados...Mas... o ano 2011 está a chegar e eu não estou a gostar de ouvir espíritos derrotistas, arautos da desgraça, politicos que vivem no faz-de-conta. Ficámos muito "amolecidos" com os facilitismos da União Europeia, com os subsidios, com as ajudas que pareciam cair do céu e que não tinham fim e agora vem a factura e ninguém gosta de a ver e muito menos de a pagar.
Meus amigos, a culpa é nossa... de todos, não vale a pena atirar tudo para cima dos políticos, pois eles também são do povo, eles saem da nossa sociedade, eles não são extra-terrestres doutro planeta que surgem para nos dificultar a vida. Ou então dos bancos que nos segredavam ao ouvido excelentes taxas e promoções, mas nenhum deles apontou uma arma à nossa cabeça a obrigar-nos a contrair empréstimos, para casa, automóveis, viagens, estudos e tudo o que se possa comprar.
Caros amigos eu acredito nos portugueses e sei que vamos superar mais esta página do livro da nossa história, com esforço, com sacrifício, mas vamos conseguir, nem que seja por sermos... portugueses. Há ainda muitas páginas por escrever.