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Assumir responsabilidades...

por Antonovsky, em 29.12.11

Hoje em dia as pessoas tentam cada vez mais desresponsabilizar-se das suas acções.  Tudo tem uma explicação externa e a culpa é diluída por outros agentes/factores e raramente, ou nunca, é assumida por quem faz ou toma as atitudes menos correctas. Ou porque tiveram azar, ou porque o governo não lhes dá oportunidades, ou porque tiveram uma infância infeliz, ou porque os outros é que os levaram a tomar certas medidas etc... Tudo isto bem argumentado pode dar desculpas para uma infinidade de acções que as pessoas tomam por vezes de ânimo leve, porque na sua consciência são "obrigadas" a isso, devido aos "factores externos".

Ora, se tivessemos a falar de crianças ou jovens, até poderíamos desculpar ou compreender que o instinto de "sobrevivência" e de defesa leva a que tentem escapar aos castigos/punições por parte dos pais, encarregados de educação, professores, educadores etc.. e como tal argumentam tudo o que lhes vem à cabeça para se "safarem". Mas infelizmente não,  estou a falar de adultos de várias idades, de diferentes camadas sociais, que se justificam da mesma forma.

Eu acho que há um primeiro momento em que se tem consciência do erro, mas que depois um mecanismo de autodefesa que é introduzido pela nossa experiência social, começa a justificar a acção, por exemplo: "não devia ter feito aquilo, mas também os outros fazem..." ou então "estou arrependido, mas o que é que eu poderia fazer não tinha alternativa..." ou ainda "que se lixe, se não fosse eu era outro..." ou pior  "Se não fizesse isto ainda me chamavam de parvo..." e depois interiorizamos de tal forma isto que acreditamos que a nossa acção é correcta  e que estamos cheios de razão.

Eu sugiro que as pessoas assumam as suas acções, não só aqueles que detêm cargos de responsabilidade (o que seria muito bom para a sua própria credibilidade), como os comuns cidadãos que circulam e interagem na sociedade. Se assim for, concerteza que as coisas serão muito mais transparentes, bem definidas e com muito menos mal-entendidos.  

Da minha parte, se erro e dou por isso, peço desculpa e digo mea culpa. Não há problema nenhum, é normal errarmos de vez em quando. Mas também se faço algo de bom gosto que me felicitem e me dêm mérito por isso. Ou seja, o assumir os nossos comportamentos tem de funcionar para o bom e o mau e não só para o lado mais conveniente. 

A imperfeição faz parte da nossa condição humana, cabe a nós próprios corrigir o que fazemos mal e tentar melhorar.

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publicado às 10:03


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