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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Para terminar a muito resumida exposição sobre a Guerra Civil Espanhola, publico aqui a segunda parte do post dedicado a este assunto.
Apoios Internacionais
Como o golpe não teve o sucesso esperado, o conflito tornou-se numa longa guerra civil, numa antevisão da II Guerra Mundial, servindo de ensaio às potências que posteriormente nela estiveram envolvidas.
O Movimento Nacional de Franco recebeu ajuda militar directa da Alemanha (Legião Condor), e da Itália, (Corpo de Tropas Voluntárias, aviões e equipamento). Portugal forneceu logística e financiamento às tropas rebeldes e “enviou” tropas voluntárias (a Legião Viriato) apesar de não responsabilizar-se por elas.
A Frente Popular recebeu ajuda internacional, proveniente da URSS (assistentes militares e material bélico) e das Brigadas Internacionais (cerca de 38 mil homens) compostas de militantes de frentes socialistas e comunistas de todo o mundo (53 nacionalidades) e de numerosas pessoas que a título individual entravam na Espanha para lutar pela defesa da República, incluindo vários intelectuais europeus e americanos participaram neste conflito.
A França e a Inglaterra optaram pela Não-Intervenção, impondo um embargo geral à exportação de armas à Espanha.
Papel de Portugal
Até à Guerra Civil espanhola as acções do Estado Novo em matéria de Política externa não foram muito relevantes. A prioridade do regime residia nos problemas internos da nação procurando a estabilidade e sua consolidação. Porém, com um conflito de carácter ideológico tão vincado junto às fronteiras, o Governo vê-se obrigado a tomar uma atitude considerada defensiva, centrada em três aspectos:
O Governo tinha de saber agir, o apoio, dentro das suas possibilidades, de Portugal aos rebeldes anti-republicanos do General Franco, vem não só na sequência de ideologias próximas lutando contra inimigos comuns (anarquistas, comunistas e democratas), mas também na busca de um aliado para o futuro conflito mundial, controlando ao mesmo tempo os ânimos das facções anexionistas mais radicais da falange.
Balanço da Guerra:
» O número de baixas oscila entre 330 a 405 mil mortos (apenas 1/3 no campo de batalha).
» Cerca de 6800 religiosos católicos mortos (12 bispos). Foram destruídas cerca de 20.000 igrejas, com perdas culturais incalculáveis.
» Meio milhão de prédios foi destruído.
» Metade do gado espanhol perdeu-se e muitos terrenos de cultivo foram incendiados.
» O rendimento percapita caiu cerca de 30% e fez com que a Espanha se afundasse numa estagnação económica que se prolongou por quase trinta anos.
Conclusão
Apenas uma curiosidade, para quem não saiba, quem liderava o Movimento Nacional, era o General Sanjurjo que se encontrava exilado em Portugal há uns anos e conspirava contra o governo espanhol, no entanto, no início do golpe, ao deslocar-se para Espanha sofre um acidente de aviação e morre. Dizem que foi devido excesso de bagagem, mesmo com os avisos do piloto, o General insistiu em levar todos os seus haveres e o pequeno avião não estava preparado para tal. Como consequência, Franco assume a liderança e torna-se Chefe de Estado de Espanha por muitos e longos anos.