Cá por coisas...

É um tema interessante e actual. Fala-se muito, não devido às criancinhas serem o melhor do mundo, mas sim para assegurar as nossas reformas (só aqui já se nota um desvirtuar da "missão"). A sustentabilidade da segurança social é necessária, isto é, queremos pessoas para trabalhar no futuro e pagar impostos que nos garantam uma velhice  minimamente "protegida". Tudo bem...quero dizer, mais ou menos bem, até aqui. Só que existem problemas que tornam difícil esta missão, vejamos:

• Os dois membros que compõem um casal, geralmente trabalham e a mulher tem de escolher muito bem a altura e o momento para engravidar, pois apesar de a lei a proteger, pode vir a ter reflexos na sua carreira;
• Após a licença de maternidade (se a gozou na totalidade) a mãe tem de voltar ao trabalho. Onde deixar a criança?  Infantário? ama? avós?
• Se a hipótese escolhida for avós, tem de haver estes condicionalismos: Morar perto, não estarem doentes, não trabalharem, enfim terem paciência e disponibilidade.
• Se a hipótese for infantário, a criança deve estar inscrita antes de ter nascido, deve ser um infantário em conta (senão quase compensa um dos progenitores ficar em casa), deve ter condições, deve estar bem localizado no trajecto casa-trabalho.
• Se as crianças adoecerem, alguém tem de ficar com eles, pois nos infantários/escolas não os aceitam (obviamente) Quem fica? Os pais trabalham, existe legislação para isto, mas...
• As escolas primárias públicas encerravam as suas actividades às 15:30 - Quem sai do trabalho a esta hora?  Agora estão previstos prolongamentos até às 17:30...a Lei prevê, mas nem sempre há... (o que fazer aos miúdos nestas horas mortas?)
• E depois existe toda uma despesa de educação, mesmo no ensino público, que pesa no orçamento familiar.
• isto são alguns problemas...E não esquecer que são multiplicados pelo número de filhos do agregado...

Não são os subsídios ridículos que resolvem estes problemas, ou os benefícios no IRS... tem de haver uma estrutura de apoio REAL, e não somente legislativo...O que eu posso dizer é que as intenções são boas, mas há muito que fazer para atingir o objectivo de uma sociedade equilibrada e não destruturada com familias à beira de ataques de nervos...