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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Ser humano é ser gente
Ser humano é ser gente
Complexo, (des)contente
Limitado, (des)crente
Olhando o mundo de frente
É ser animal com razão
Ter posses ou sem tostão
Lutar por uma nação
Ou fugir sem direção
É ser quebrado ou orgulhoso
Humilde ou espantoso
Desconhecido ou famoso
Invisível ou luminoso
É ser um criativo artista
Um obtuso realista
Um brilhante cientista
Um astuto vigarista
É ser alguém entalado
Neste tempo limitado
De vida, proporcionado
Que tem de ser conquistado
Será que é este conhecimento
Que nos traz o tormento
E retira o embelezamento
Deste mágico momento?
Ao contrário dos ingleses, que distinguem o "Weather" do "Time", nós servimos de apenas uma palavra para dois conceitos: o tempo meteorológico e o tempo cronológico.
Sendo algo tão distinto um do outro, ambos são importantes nas nossas vidas, condicionando-as de uma maneira mais vincada, que aquela que nós próprios nos apercebemos.
O tempo "meteorologicamente" falando condiciona o que usamos para vestir, para calçar, os acessórios, chapéu de chuva ou chapéu de sol, boné, cachecol, luvas etc.. Condiciona também a rotina, se está temporal, se está a nevar, devemos sair mais cedo para o trabalho, devemos ficar em casa porque não há condições. Condiciona as viagens para o trabalho ou para lazer quando os voos e outros transportes são cancelados, por exemplo. Condiciona a saúde, quando nos constipamos com frio a mais, ou sol a mais, se apanhamos uma chuvada imprevista, quando chegam as alergias da primavera, quando o sol escaldante nos castiga a pele no verão. Condiciona inclusive o estado de espírito, normalmente, ficamos mais alegres com o sol, e mais depressivos com a chuva (não é regra, claro), mas se verificarmos vemos que os povos dos climas quentes são mais alegres e festivos e os dos climas frios são mais sérios e objectivos (não podemos generalizar, nem gosto de o fazer, mas a maioria é assim), não querendo aqui estabelecer qual é que é o mais correto no comportamento, o que é facto é que tem influência.
O tempo cronológico também não perdoa, primeiro com o seu "passar" aprendemos coisas simples, adequirimos capacidades, competências e quanto mais tempo usarmos a aperfeiçoarmos o estudo, o trabalho, o desporto, somos cada vez melhores no que fazemos, evoluímos, desenvolvemo-nos. Mas o que o tempo dá, o tempo tira, e o que alcançamos até um determinado estado de evolução, começa a pouco e pouco a degradar-se. Como um edifício que é construído e que com o passar dos anos começa a necessitar de manutenção.
Há que saber lidar com estes dois tempos, pois ambos fazem parte das nossas vidas e o desafio que nos é colocado é saber tirar proveito de cada um deles, de cada fase sua, tirando o melhor, aproveitando os momentos especiais, os dias solarentos que dão ânimo, a chuva que lava, o vento fresco que nos acorda, a criança que aprende, a juventude que tem força, o adulto que cuida, o idoso que ensina.
E, lá está, tudo tem o seu TEMPO.
Parece fácil, mas opção de decidir o que se deve fazer em determinadas situações, de tomar a atitude correcta, dizer as palavras certas, por vezes é muito difícil e depende (quase sempre) da perspectiva. Como ensinamos os nossos filhos a decidir pelo que está certo e pelo que é bom para eles, segundo as regras da sociedade onde estamos inseridos, se por vezes nós próprios temos dúvidas. Ou então, como explicar que em determinadas situações agimos de uma maneira, mas noutras parecidas temos de agir de forma diferente?
Por exemplo, as crianças devem ser educadas, mas não falar com estranhos, devem respeitar as pessoas mais velhas, mas não dar-lhes confiança se não as conhecerem, devem relacionar-se com os colegas, mas devem saber defender-se se os chatearem ou lhes baterem, no entanto, devem evitar as brigas...Uma confusão.
Estamos sempre em constante aprendizagem, quando pensamos que sabemos muito, surge sempre uma situação nova. Lembro-me quando tinha 18 anos e pensava que tinha muitos conhecimentos sobre tudo, depois, se me recordar dos meus 25 reconheço que cometi alguns erros e que já tinha mais experiencia de vida, no entanto, aos 30 com a responsabilidade da paternidade, já via as coisas de maneira diferente, numa outra perspectiva, pois já não era só um neste mundo.
Esta aprendizagem do ser humano que decorre ao longo de toda a nossa vida e que é obtida de modo empírico, académico, profissional, social, experimental, etc, é o modo fascinante como nós lidamos com as situações e como resolvemos os problemas e obstáculos que nos surgem dia a dia. Vamos buscar as nossas experiencias "armazenadas" no nosso arquivo particular "cerebral", adicionando conselhos e exemplos de casos idênticos que temos conhecimento de familiares ou amigos e decidimos e/ou agimos. É claro que dentro da nossa imperfeição muitas vezes falhamos, mas o que interessa é termos agido da melhor forma que sabemos naquela altura, agirmos de consciência tranquila que estamos a fazer o melhor, e que, no caso de estarmos a errar... nos sirva de lição para o futuro, que seja mais um acrescento na nossa aprendizagem.