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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Uma boa notícia neste ano de 2012, apesar de ser relativa ao ano transacto, foi a de que o número de vitimas mortais nas estradas portuguesas decresceu para números que só se encontram na década de 60. Se tivermos em conta que o número de automóveis a circular em Portugal há cerca de cinquenta anos atrás era bem menor, este número ainda tem mais relevância. Também é certo que os automóveis hoje em dia têm mais dispositivos/equipamentos de segurança, e que as campanhas de prevenção são cada vez mais activas e as multas a doer, mas não deixa de ser um aspecto muito positivo e que se espera manter a tendência de descida nos próximos anos.
Há ainda muitos condutores a necessitarem de sensibilização, civismo e educação e como tal há ainda muito trabalho por fazer, mas seja como for, todos os envolvidos nas campanhas de prevenção rodoviária estão de parabéns.
Hoje em dia é cada vez mais dificil confiar nas outras pessoas. Ter boa fé logo à partida quando se conhece alguém, ou até mesmo já passado algum tempo de convívio há sempre reservas e barreiras que permanecem e impedem de saber até que ponto se pode falar de coisas pessoais e partilhar alguma intimidade.
Isto é resultado da sociedade actual que nos brinda com desilusões/decepções ao longo da nossa experiência de vida e que nos transforma cada vez mais a personalidade para um estado mais fechado em nós mesmos e com "armaduras" inexpugnáveis.
Será boa essa nossa defesa? No aspecto em que nos protege mais emocionalmente de dissabores pode-se dizer que é positiva. Mas viver sempre com receio de confiar, de partilhar, acho que nos torna cada vez mais cinzentos e tristes com "caixas" de histórias por contar e muitas vezes mal resolvidas que deveríamos libertar e não temos ninguém em que confiar porque afastamos as pessoas com as nossas defesas...fica-se com um peso na alma e uma angústia que nos consome.
Solução? Encontrar bons amigos e estimá-los ao longo do tempo com reciprocidade e respeito, com amizade e franqueza, não os desiludindo e a pouco e pouco as barreiras caem e as coisas tornam-se mais claras e simples.
Esta é a minha ideia e desafio para um ponto de esforço para todos neste ano que vai entar.
Hoje em dia as pessoas tentam cada vez mais desresponsabilizar-se das suas acções. Tudo tem uma explicação externa e a culpa é diluída por outros agentes/factores e raramente, ou nunca, é assumida por quem faz ou toma as atitudes menos correctas. Ou porque tiveram azar, ou porque o governo não lhes dá oportunidades, ou porque tiveram uma infância infeliz, ou porque os outros é que os levaram a tomar certas medidas etc... Tudo isto bem argumentado pode dar desculpas para uma infinidade de acções que as pessoas tomam por vezes de ânimo leve, porque na sua consciência são "obrigadas" a isso, devido aos "factores externos".
Ora, se tivessemos a falar de crianças ou jovens, até poderíamos desculpar ou compreender que o instinto de "sobrevivência" e de defesa leva a que tentem escapar aos castigos/punições por parte dos pais, encarregados de educação, professores, educadores etc.. e como tal argumentam tudo o que lhes vem à cabeça para se "safarem". Mas infelizmente não, estou a falar de adultos de várias idades, de diferentes camadas sociais, que se justificam da mesma forma.
Eu acho que há um primeiro momento em que se tem consciência do erro, mas que depois um mecanismo de autodefesa que é introduzido pela nossa experiência social, começa a justificar a acção, por exemplo: "não devia ter feito aquilo, mas também os outros fazem..." ou então "estou arrependido, mas o que é que eu poderia fazer não tinha alternativa..." ou ainda "que se lixe, se não fosse eu era outro..." ou pior "Se não fizesse isto ainda me chamavam de parvo..." e depois interiorizamos de tal forma isto que acreditamos que a nossa acção é correcta e que estamos cheios de razão.
Eu sugiro que as pessoas assumam as suas acções, não só aqueles que detêm cargos de responsabilidade (o que seria muito bom para a sua própria credibilidade), como os comuns cidadãos que circulam e interagem na sociedade. Se assim for, concerteza que as coisas serão muito mais transparentes, bem definidas e com muito menos mal-entendidos.
Da minha parte, se erro e dou por isso, peço desculpa e digo mea culpa. Não há problema nenhum, é normal errarmos de vez em quando. Mas também se faço algo de bom gosto que me felicitem e me dêm mérito por isso. Ou seja, o assumir os nossos comportamentos tem de funcionar para o bom e o mau e não só para o lado mais conveniente.
A imperfeição faz parte da nossa condição humana, cabe a nós próprios corrigir o que fazemos mal e tentar melhorar.