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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Com a globalização e o mercado livre a comandar as operações, o "Ocidente" pensou que a China torna-se-ía num bom gigante, mais ocidentalizado, mais democrático, liberal, etc, no entanto, descurou o potencial da China e de outros países emergentes, quer de crescimento, quer de população, quer ainda de concorrência com regras diferentes. Isto é, num mercado liberalizado, a mão de obra mais barata, a inexistência de normas ambientais (ou poucas), fiscalidade menos "apertada" e outras regras e politicas facilitadoras dá vantagem a determinados países em relação a outros que têm de cumprir regras mais apertadas e garantir direitos conquistados pelos seus trabalhadores.
Este facto e com a crise a assolar desde 2008, os países ocidentais que, por sua vez, já tinham atingido um patamar de evolução e de bem-estar mais elevado na sociedade, estão a ficar cada vez mais "chineses" reajustando as regras, retirando direitos adequiridos aos trabalhadores para um nível há muito ultrapassado pela história desses mesmos países. Houve (está a haver) uma regressão nos direitos do trabalho, quer também nos direitos sociais e por vezes, humanos, tudo em nome de uma competitividade cega e de expansão de números de crescimento.
A economia tem sido o motor, talvez o mais importante, do desenvolvimento da sociedade humana, mas também está a ser um factor de "aniquilação" do Homem enquanto ser humano livre e igual.
Na sequência da vaga de poluição atmosférica na China, há já quem faça negócio vendendo ar puro em latas. Francamente não sei como é que é consumido, se é inalado por uma palhinha ou "bebido", mas não interessa. O que interessa é que está a ser vendido por 60 cêntimos a lata e tem tido uma boa procura. Tem ainda a vantagem de ter dois "sabores/cheiros".
Nada melhor que encontrar uma oportunidade quando há preocupações generalizadas na população e este milionário chinês conseguiu ter "olho" para o negócio. Abaixo vai o link com a notícia mais pormenorizada. Mais um exemplo deste mundo "bizarro" do Homem.
Na China, os indices de poluição atmosférica têm estado muitíssimo elevados, o que leva novamente à questão da factura elevada que o progresso e o desenvolvimento económico pode trazer ao mundo.
Como se sabe o baixo valor de mão de obra, as condições de trabalho e a escassa legislação ambiental, por parte da China e outros países emergentes, tem feito com que estes cresçam economicamente de uma forma avassaladora em relação à Europa e EUA, por exemplo (que diga-se de passagem, também já contribuiram para este aspecto, embora agora mais controlados). Porém, tudo tem um custo, e aquilo que é muitas vezes relegado para segundo plano, acaba por ser preponderante quando casos destes acontecem.
O problema é que o planeta é muito pequeno e uma vizinhança descuidada prejudica todos os habitantes do "bairro" global. Por exemplo, a NASA divulgou imagens que indicam a eventualidade da deslocação desta massa de ar poluente para os EUA.
Muito provavelmente (e urgentemente), o ser humano tem de repensar a sua atitude em relação ao desenvolvimento económico, à ganância desmesurada que coloca em risco, o cada vez mais frágil, ambiente do planeta. Protocolos internacionais são assinados quase por unanimidade, muitas vezes com a excepção dos países mais poluentes, e outros que os assinam não cumprem, pondo em perigo as gerações seguintes.
Não vale a pena ter uma economia forte e próspera, se pusermos em causa as condições de sobrevivência da própria espécie.