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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
O declínio das instituições representativas, como os parlamentos ou os partidos políticos em favor de "Instituições Guardiãs" (como alguns autores designam) é uma tendência alarmante. Estas instituições cuja legitimidade assenta em pressupostos que favorecem uma administração tecnocrática e oligárquica, incluem bancos centrais, a burocracia da União Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, empresas de consultoria e redes várias de "especialistas em políticas publicas. (...) Qualquer democracia pressupõe a existência de estruturas não eleitas das quais emanam decisões relevantes para a vida quotidiana: o sistema judicial, as forças armadas, as polícias e a administração pública. Mas todas estas instituições foram historicamente controladas e supervisionadas por executivos e parlamentos. A situação atual distingue-se na medida em que o novo estatuto das "instituições guardiãs" implica que sejam impermeáveis ao controlo popular."
Tiago Fernandes in, "A Sociedade Civil" Ensaios FFMS
Acho interessante quando as pessoas dizem que não querem nada com a política, que estão afastadas, que não acreditam em nenhum político e por isso, ou não votam ou votam em branco. Não posso concordar com esta afirmação. Em primeiro lugar, porque se estamos inseridos numa sociedade, logo estamos inseridos na política, pois é ela que organiza todo o sistema burocrático, legislativo, judicial, etc, dentro da sociedade, quer seja democrática, republicana, monárquica, regime ditatorial, etc.., por isso, ninguém está propriamente afastado da política (a não ser talvez algum eremita).
Em segundo lugar, podemos querer dizer com isto, que não queremos participar na vida política que nos rege, porque estamos desiludidos, mas também aí, não posso concordar, pois se nos afastamos, damos lugar a que outros opinem por nós, falem por nós, decidam por nós. Com isto perdemos a legitimidade de poder criticar algo que acontece devido a determinadas decisões políticas que nos prejudicam, porque simplesmente voltamos as costas. E deixamos que pessoas que tenham poucas competências (quer pessoais, quer profissionais) "trepem" nos vazios de poder que lhes damos. E depois, há ainda o acto de desprezar o voto que, infelizmente, em determinados lugares do planeta é negado à população e pelo qual muitos morrem para obter esta liberdade de expressão numas eleições livres. O voto, na minha opinião, deveria ser obrigatório dado ser um DEVER cívico e, sobretudo, em respeito a todos aqueles que lutaram e lutam pela liberdade.
Deste modo, acho fundamental que as pessoas, num exercício de cidadania, se congreguem segundo as suas ideologias junto dos partidos políticos com que mais se identificam e, se existe algo que está mal, tentem modificá-los por dentro. Há tantos partidos em Portugal actualmente e que são muito abrangentes nas suas mensagens, valores, missões, etc, que de certeza conseguem englobar a grande maioria dos cidadãos, pelo menos reduzir a abstenção a 5% ou 10%. Isto só valorizava a nossa democracia e, talvez, não estivessemos onde estamos.
Porque é que só te lembras,
Óh Povo desinteressado,
dos assuntos urgentes
quando caem a teu lado?
Porque abandonas a discussão,
Dás uma resposta torta,
não queres saber de nada
... até os problemas baterem à porta?
Deverás ser mais atento,
deverás ser mais vigilante,
interessa-te pelo que te rodeia
Perde, na vida, um instante.
Não rejeites a informação,
ouve os dois lados da história
assim, nos outros, a tua opinião
ficará na memória.
Não faças só barulho,
não faças só confusão,
pois, perde-se no entulho
a mensagem da multidão
Sê direto e objetivo,
determinado, diz o que pensas.
uma verdadeira argumentação
terá as suas recompensas.