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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Temos assistido nos últimos tempos a uma onda de criminalidade acima da média no nosso país. Como se sabe os problemas sociais quase sempre na base destes acontecimentos, agravados nas alturas de crise económica como estamos a viver actualmente e que já se vem arrastando há um longo periodo.
A criminalidade, hoje em dia, foi para além do problema da toxicodependência que sempre representou uma grande percentagem das suas causas no nosso país, para um problema mais abrangente em causas/motivos e onde a gravidade das acções criminosas tem vindo a intensificar-se.
Os mais sonantes têm sido os assaltos aos bancos, bombas de gasolina, máquinas MB, carjacking e ... pastelarias. Se formos irónicos e não querendo ferir a sensibilidade alheia, pois é um assunto sério, dá para fazer um percurso (tragico-cómico) logicamente ordenado:
1º arranja-se o carro » Carjacking
2º abatece-se » Bombas de combustível
3º procura-se dinheiro » Máquina MB
4º come-se bolinhos quentes depois da noitada » Pastelaria
Falando mais a sério, se verificarmos, uma grande percentagem dos crimes são efectuados com recurso a armas de fogo, coisa que era muito menos vista há uns anos atrás. Depois há ainda a "componente" violenta do crime, muitas vezes gratuíta e desnecessária para com as vítimas, resultante de uma inexistência de valores humanos e de racionalidade por parte de quem os comete. E agora, há umas semanas atrás, aconteceu um assalto a um carro blindado, com contornos de profissionalismo que é, felizmente, algo raríssimo no nosso país.
Como se combate este fenómeno?
Aí é que é o problema. As ideias são muitas e o orçamento escasso, as infraestruturas e equipamentos das forças de segurança estão a ser aos poucos actualizados e melhorados, mas leva o seu tempo. As burocracias são muitas e as leis têm a sua interpretação morosidade e aplicabilidade próprias, (a meu ver, que sou um leigo na matéria) muitas vezes, desfazadas da realidade.
E depois há ainda o problema das medidas preventivas e punitivas serem, na maior parte das vezes, incompatíveis com as liberdades, direitos e garantias dos cidadãos que estão inseridos numa sociedade livre e de direito, o que vem sempre a causar muita celeuma e grandes entraves à prevenção e investigação criminal. Falamos do sigilo bancário, falamos das escutas, do chip nos automóveis, das câmaras de vigilância nas escolas e não só, enfim, para os mais radicais, falamos de um Estado Big Brother.
A minha opinião é simples, como Não Devo, Não Temo, por isso prefiro ser filmado, localizado, escutado, mas poder circular pelas ruas, abastecer o meu automóvel, tomar o meu cafézinho descansado, passar pelo Banco e levantar dinheiro, levar os meus filhos à escola, sem estar a olhar para trás a procurar movimentos suspeitos, indivíduos com aspecto duvidoso, ou esperar um telefonema da instituição escolar para me informar que o meu filho foi agredido, etc..
Resumindo, parece que estamos a caminhar para nos privarmos de um tipo de liberdade pessoal, para ter liberdade de circulação em segurança. É o preço do desenvolvimento tecnológico, económico e social, onde falta o desenvolvimento de uma consciência humana de boa índole, mas isso já sou eu a filosofar.
Até lá vamos ter de optar entre ceder uns direitos para usufruir de outros.
Fiquem bem.