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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Sorteio das finanças, anda à roda hoje. Pode-lhe sair um carro ou uma casa. Peça factura, não se esqueça!
Um bom contribuinte, pode lucrar no mês seguinte! Anda à roda hoje...
Podia ser assim o pregão de um funcionário das finanças, se os sorteios que foram pensados (alegadamente) pelo fisco fossem em frente. Pelo que li, isto iria funcionar mais ou menos assim, todas as pessoas que pedissem factura aos serviços que utilizassem, estavam habilitadas ao sorteio que poderia "dar" três carros por semana e uma casa de três em três meses...nada mau. Tendo em conta, que os carros devem ser os usados que foram penhorados e as casas de igual modo obtidas a contribuintes devedores (isto é o que eu penso). Assim, o fisco não teria despesas nenhumas, combatia a evasão fiscal e
assegurava receitas adicionais com os IMIs e Imposto de Circulação com os bens distribuidos, que se pertencessem às finanças, nada lhe rendiam. Boa medida, sem dúvida, como dizem os anglo-saxónicos "uma win-win situation".
Mas eu ainda iria mais longe, aliás já tinha pensado num sorteio onde todos os contribuintes cumpridores estavam habilitados a isenções, a prémios pecuniários ou outro prémio como estes que falam hoje. Afinal, se um contribuinte não cumpre tem punição (reforço negativo para mudar de comportamento), logo se cumpre também tem direito a uma compensação, numa espécie de reforço positivo para continuar com o comportamento. Aliás, hoje em dia cumprir é muito difícil, pis a carga fiscal é tão grande que bem podiam, não só atribuir prémios ao contribuinte português, como erguer um monumento perto daquele dos descobrimentos, pois se esses homens ajudaram a engrandecer a nação portuguesa, o contribuinte tem agora a tarefa de MANTER a nação portuguesa.
O mercado financeiro está em crise, em recessão, em coma, sobrevivendo à custa de injecções do seu alimento favorito (capital) do Bancos Centrais, das Reservas Federais das nações, de modo a evitar um efeito tipo dominó que arrastaria grandes empresas para a falência com proporções económicas e sociais incalculáveis.
Eu não sou nenhum expert neste contexto, mas pelo que sei é um mercado que não está devidamente regulamentado como deveria estar, para evitar crises deste género que se arrastam há algum tempo atingindo agora o seu climax, exigindo a intervenção dos Estados para tentar resolver esta situação.
Penso que a ténue e frágil lei da Oferta / Procura está sujeita a muitas variantes incontroláveis e manipuláveis que precipitam a compra e venda de acções, valorizando ou desvalorizando em demasia as cotações para fazer subir os rendimentos consoante os interesses, assentando o mercado numa pura especulação, muitas vezes fora da realidade.
Os rendimentos do capital ultrapassam em muito o da produção, o que faz, na minha opinião, criar castelos de cartas que à mais leve brisa é destruído.
É um sistema que tem sido levado ao extremo por não haver um controlo legislativo e com limites definidos, estando apenas sujeito às leis neo-liberais de um mercado que agora entrou em implosão. E nós pomos as mãos na cabeça e encolhêmo-nos para que não atinja as nossas poupanças de um modo severo, nem os nossos empregos.
Fiquem bem.