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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
A situação no Mali, vem levantar de novo várias questões de ordem política externa e estratégia de segurança na União Europeia. Mais uma vez foi necessário agir com rapidez (em princípio, segundo a versão francesa) e a França avançou sózinha sem os seus aliados ocidentais. Porquê? Porque existe uma ausência de uma Política Externa e de Segurança Comum (PESC) digna desse nome na UE.
Essa lacuna, teve o seu maior exemplo e foi motivo de preocupação na 2ª Guerra do Iraque, quando o Presidente Bush (filho), Tony Blair, Aznar e Durão Barroso, na "cimeira" dos Açores deram total apoio à ofensiva, enquanto o eixo franco-alemão não estava de acordo. Isto é, países da UE com abordagens diferentes em relação a uma determinada situação grave.
Depois, houve a tentativa de colmatar essa falha no Tratado de Lisboa, em 2007, quando se estabeceu orgãos de soberania como o Presidente do Conselho Europeu e um Alto Representante pela (PESC), Herman Von Rompuy e Catherine Ashton respectivamente, de modo a tentar uniformizar as decisões.
Mas o problema mantém-se, os Estados membros são soberanos defendem os seus interesses e agem de acordo com as suas políticas (o que até se compreende). No entanto, o que é um facto é que sendo uma UNIÃO, todos estão implicados e expostos a qualquer acontecimento desta envergadura, desde que qualquer aliado nosso esteja envolvido. Não podemos ser unidos para umas coisas e independentes para outras.
O que aconteceu na Argélia hoje foi o reflexo de algo que transcende as fronteiras de dois ou três países. O ataque à refinaria de Gás onde está confirmada a morte de um cidadão...britânico e reféns "ocidentais" de várias nacionalidades (pelo menos é o que dá a entender a notícia).
Em suma, o conflito alastra-se sem estabelecer fronteiras, o Norte de Africa depois da chamada primavera árabe está muito instável no ponto de vista político (Líbia, Tunisia, Egipto...) e a Europa está muito próxima geograficamente. Por tudo isto, deveria haver um orgão da UE com poder suficiente e efectivo que estabelecesse uma PESC com coerência, com prontidão de resposta (quer diplomática, quer militar) defendendo os interesses comuns e que ,de uma vez por todas, fizesse a UE assumir o papel preponderante que poderá ter no actual paradigma mundial.