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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Foi só no século XIV/XV, em pleno inicio do Renascimento, que o velho continente Europeu inicia as venturosas navegações e onde Portugal desempenha um papel pioneiro e decisivo para a ligação aos outros continentes que se encontravam ocultos na geografia da Idade Média e do mundo conhecido de então. Desta maneira, dá-se um passo de gigante para união das regiões que há muito se haviam separado, através de navegações quase impossíveis e heróicas, dignas de epopeias, mas que com a rápida evolução tecnológica e um conhecimento cartográfico cada vez maior e mais pormenorizado, fizeram com que fossem com o passar do tempo, mais seguras e velozes. Iniciam-se igualmente as colonizações e a evangelização dos povos nativos, com os conquistadores a impor à força a sua cultura. O comércio torna-se à escala mundial ainda que incipiente, mas que ao longo do tempo se vai intensificando e multiplicando em inúmeras rotas e destinos com as nações a digladiarem-se pelo seu controlo. Era o início da globalização através do comércio e da navegação marítima, cujo objectivo principal era a riqueza, o poder e a possessão territorial.
Nos remotos tempos da Pangeia, o mundo encontrava-se unido e os continentes eram, apenas e só, um bloco extenso de terra com milhares e milhares de quilómetros rodeado pelo Pantalassa (o único Oceano). Porém, o planeta vivo, com o seu núcleo em permanente ebulição, teimou em separar este grande bloco formando grandes regiões terrestres onde a vida humana surgiu e se desenvolveu em todos elas, condenada porém, ao isolamento durante milhares de anos, devido às grandes distâncias que apartavam estas regiões e aos mares revoltos e infinitos. Assim, tanto na Oceânia, em África, nas Américas, na Europa e na Ásia, os povos após a sua sedentarização, evoluíam de maneiras distintas, de acordo com as exigências do território que ocupavam e do clima que suportavam, adaptando o seu modo de vida o melhor possível às circunstâncias que se deparavam dia após dia.
No entanto, com o passar do tempo, houve povos que se desenvolveram mais que outros, não só pelo território ser fértil e clima ameno, como também devido aos contactos com outros povos e civilizações. Este contacto estabelecido em zonas estratégicas, propícias à troca e ao comércio, mas também à guerra e à conquista territorial, vai desenvolver determinadas civilizações, devido à interacção, comunicação e circulação de pessoas, de produtos, de ferramentas e utensílios, de tecnologia, de informação e de cultura, permitindo-lhes o domínio sobre outras civilizações. Por exemplo, no mundo antigo o Mar Mediterrâneo era de extrema importância e o domínio desse pólo de desenvolvimento através do controlo das rotas comerciais e da imposição bélica, trazia grande riqueza e poder à civilização predominante, fosse ela da Europa, do Norte de África ou do Médio Oriente. Gregos, Fenícios, Cartagineses, Romanos, Bizantinos, Venezianos, Genoveses, Florentinos, provaram este poder e esta riqueza, embora em diferentes épocas, contextos e proporções. Por outro lado, as milenares rotas da seda ligaram durante séculos os continentes da Europa e da Ásia, promovendo, ainda que ténue, o contacto e algum conhecimento das culturas orientais.