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Quando nos perguntam porque fizemos isto ou aquilo, porque decidimos ou optámos de determinada maneira. Podemos responder de duas maneiras: Ou dizemos as verdadeiras razões ou, para preservá-las, podemos responder simplesmente: Cá por coisas...
Síria, onde a guerra civil parece não terminar, deixando para trás um rol interminável de vitimas e de refugiados.
Coreias do Norte e do Sul, a tensão aumenta com ameaças e demonstrações de força de parte a parte, um dos últimos resquícios da "caquética" Guerra Fria.
Irão, as sanções parecem não resultar para que o Estado iraniano pare a sua busca em alcançar armamento nuclear, a comunidade internacional pode endurecer a sua posição (nomeadamente os EUA).
Até a Europa, com a crise económica a levantar velhos fantasmas que se encontravam adormecidos. O passo de uma União coesa para uma rivalidade nacionalista em alguns estados-membros parece ser cada vez mais curto.
Enfim, o ser humano é muito complicado, movido por orgulho, ambição, ganância, acaba por esquecer o que deve ser realmente prioritário (segurança, bem-estar, paz social, igualdade, etc...).
O Homem insiste nos mesmos erros com que tem escrito a sua história, na sua fascinante imperfeição.
"Hannibal ante portas" era uma expressão que aterrorizava os Romanos, pois este General Cartaginês ameaçou o seu império durante as Guerras Púnicas, sendo apenas derrotado por um outro grande general romano, Cipião "Africano".
Kadhafi pode não ser um grande general, nem ter um grande exército, mas tem petróleo e gás natural que pode "cortar/encarecer" e baralhar os mercados, tem os emigrantes e refugiados do norte do Sahara que pode "largar" nas costa europeias facilitando o seu transporte, causando calamidades humanitárias, pode ainda voltar ao seu passado de patrocinador de acções terroristas contra o Ocidente... Com a proximidade da Libia à Europa Ocidental, parece que um novo Iraque surge bem mais perto. Será caso para dizer: "Kadhafi ante portas"?Pessoalmente espero que tudo se resolva bem e depressa, tanto para o Ocidente, como para o povo líbio.
Para terminar a muito resumida exposição sobre a Guerra Civil Espanhola, publico aqui a segunda parte do post dedicado a este assunto.
Apoios Internacionais
Como o golpe não teve o sucesso esperado, o conflito tornou-se numa longa guerra civil, numa antevisão da II Guerra Mundial, servindo de ensaio às potências que posteriormente nela estiveram envolvidas.
O Movimento Nacional de Franco recebeu ajuda militar directa da Alemanha (Legião Condor), e da Itália, (Corpo de Tropas Voluntárias, aviões e equipamento). Portugal forneceu logística e financiamento às tropas rebeldes e “enviou” tropas voluntárias (a Legião Viriato) apesar de não responsabilizar-se por elas.
A Frente Popular recebeu ajuda internacional, proveniente da URSS (assistentes militares e material bélico) e das Brigadas Internacionais (cerca de 38 mil homens) compostas de militantes de frentes socialistas e comunistas de todo o mundo (53 nacionalidades) e de numerosas pessoas que a título individual entravam na Espanha para lutar pela defesa da República, incluindo vários intelectuais europeus e americanos participaram neste conflito.
A França e a Inglaterra optaram pela Não-Intervenção, impondo um embargo geral à exportação de armas à Espanha.
Papel de Portugal
Até à Guerra Civil espanhola as acções do Estado Novo em matéria de Política externa não foram muito relevantes. A prioridade do regime residia nos problemas internos da nação procurando a estabilidade e sua consolidação. Porém, com um conflito de carácter ideológico tão vincado junto às fronteiras, o Governo vê-se obrigado a tomar uma atitude considerada defensiva, centrada em três aspectos:
O Governo tinha de saber agir, o apoio, dentro das suas possibilidades, de Portugal aos rebeldes anti-republicanos do General Franco, vem não só na sequência de ideologias próximas lutando contra inimigos comuns (anarquistas, comunistas e democratas), mas também na busca de um aliado para o futuro conflito mundial, controlando ao mesmo tempo os ânimos das facções anexionistas mais radicais da falange.
Balanço da Guerra:
» O número de baixas oscila entre 330 a 405 mil mortos (apenas 1/3 no campo de batalha).
» Cerca de 6800 religiosos católicos mortos (12 bispos). Foram destruídas cerca de 20.000 igrejas, com perdas culturais incalculáveis.
» Meio milhão de prédios foi destruído.
» Metade do gado espanhol perdeu-se e muitos terrenos de cultivo foram incendiados.
» O rendimento percapita caiu cerca de 30% e fez com que a Espanha se afundasse numa estagnação económica que se prolongou por quase trinta anos.
Conclusão
Apenas uma curiosidade, para quem não saiba, quem liderava o Movimento Nacional, era o General Sanjurjo que se encontrava exilado em Portugal há uns anos e conspirava contra o governo espanhol, no entanto, no início do golpe, ao deslocar-se para Espanha sofre um acidente de aviação e morre. Dizem que foi devido excesso de bagagem, mesmo com os avisos do piloto, o General insistiu em levar todos os seus haveres e o pequeno avião não estava preparado para tal. Como consequência, Franco assume a liderança e torna-se Chefe de Estado de Espanha por muitos e longos anos.