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State of the Nation

por Antonovsky, em 28.01.13

Portugal tem muitos problemas estruturais, económicos, sociais, financeiros, etc., mas muitos políticos entendem que é mais fácil criar ruídos de fundo com aspectos internos dos próprios partidos, em vez de discutirem as soluções adequadas aos problemas que o país atravessa, dirigindo e desperdiçando as suas energias em assuntos secundários e que em nada servem os interesses dos portugueses. 

Tudo isto prejudica a qualidade democrática que todos os partidos, sem excepção, apresentam nas urnas de voto. Os partidos ficam enfraquecidos com as politiquices em vez de políticas, e os comentadores, quer à direita, quer à esquerda, tentam definhar a imagem de quem não lhes interessa. Esses "opinion-makers" juntamente com a comunicação social, que visa sobretudo audiências e não informar devidamente, são muitas vezes responsáveis pela confusão que reina nas cabeças dos portugueses (e não só, dado que este fenómeno é transversal em todos os países ocidentais).

O que uns têm a menos, outros têm a mais. Ou seja, nos países onde reinam as ditaduras ou que têm algum "défice democrático" (como se diz hoje em dia) a informação é escassa, controlada, censurada, o que é muito negativo, mas, nos países ditos democráticos, a comunicação social é detentora do quarto poder (depois do legislativo, executivo e judicial), consegue elevar ou denegrir a imagem de alguém em segundos, fazem-se julgamentos em praça pública que enfraquecem a opinião sobre a justiça. Fazem-se "investigações" jornalisticas, muitas vezes tentando substituir-se às instituições e entidades responsáveis, de modo a que sejam os primeiros a informar sobre assuntos "escaldantes", mas que no fundo prejudicam as investigações oficiais, o que também é negativo. 

Precisa-se de uma comunicação social responsável e transparente, sem pressões, nem interesses e que, efectivamente informe. Assim como, precisa-se de comentadores fiáveis, imparciais ou, mesmo que não o sejam, tenham outros no frente-a-frente, de modo a ter várias perspectivas sobre o mesmo assunto. E claro, precisa-se de políticos patriotas que vejam os interesses de Portugal como prioritários e não os interesses pessoais em primeiro lugar. Enfim, uma mudança cultural, uma mudança de mentalidades, que com certeza iria melhorar o Estado da Nação.  

Para ilustrar, aqui fica um clip dos anos 80: Industry - State of the Nation.

 

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publicado às 10:54


Comunicação Social (V) ou (F)

por Antonovsky, em 20.08.08

Há umas semanas atrás Portugal ficou suspenso aguardando o desfecho de um assalto mal sucedido numa agência bancária. Este assalto envolveu uma situação de reféns digna de um filme policial americano, cujo final também se assemelhou com estas películas onde os polícias são eficazes, os ladrões dominados e os reféns libertados incólumes.

No entanto, passado este tempo, vem a parte que os filmes não mostram. A burocracia, a papelada, o julgamento, as várias versões de uma só história e acima de tudo o jornalismo sensacionalista/oportunista que tenta explorar à exaustão estes assuntos sem olhar à sensibilidade das pessoas envolvidas, famílias e tudo o resto. 

Este tipo de jornalismo tem o objectivo de "vender" uma história que se arraste por vários capítulos e com o maior número de personagens possível (quanto mais, melhor) e com muita polémica à mistura. Se não a houver, inventa-se, levantam-se "lebres" e esperam-se reacções, para poder escrever mais e explorar o filão à custa das desgraças alheias.

Parece haver aqui algum aspecto mórbido que não sei explicar.  Penso que se trata de "apalpar" o pulso á opinião pública. Os factos são descritos e empolados para um lado ou para o outro, conforme as marés e o feed-back recolhido. Por vezes os "maus" são os polícias, outras os bandidos, por vezes as vitimas são os agredidos, outras os "desgraçados" dos infractores que não tinham outra alternativa de vida...

Não falo do caso do assalto ao BES em concreto, aqui o tema do post é mesmo  jornalismo sensacionalista que assistimos em casos como o escândalo da Casa Pia, o caso da Moderna, as fraudes de Vale e Azevedo, o desaparecimento de Maddie, o poder parternal de Esmeralda,  etc, etc, irrita-me a maneira como os casos são explorados com o objectivo de melhorar as audiências sem ter em conta os "danos colaterais" para todos os envolvidos, e não apenas de informar os factos conhecidos, verídicos e confirmados.

Por tudo isto, peço isenção e honestidade. Não queria chegar ao extremo de assistir às notícias na TV ou ler um jornal com uma folha à frente onde vou assinalando com uma cruz em cada tópico, (V) Verdadeiro ou (F) Falso.

 

Talvez tenha exagerado, mas detesto aquelas perguntas que fazem ás pessoas que acabam de ter uma desgraça na sua vida, do género: - Como se sente? Para captar a emoção, o choro, a raiva, enfim tudo o que mexe com os sentimentos, não para informar, mas para valorizar a peça jornalística.

 

Fiquem bem, Um Abraço

 

 

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publicado às 13:54


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